Descrição

Um grande autor se faz, acima de tudo, por suas leituras. Saber, então, quais são os autores e obras lidos por um dos mais premiados escritores contemporâneos, além de sua opinião crítica sobre eles, talhada por décadas atuando como professor e pesquisador de literatura, é um deleite para amantes da literatura. Some-se a isso o talento do romancista, Prêmio Nobel de Literatura de 2003, que permanece evidente nesses textos de não-ficção. Este volume contém 23 artigos escritos por J. M. Coetzee entre 2006 e 2017 e compõe, ao lado de Mecanismos internos – Textos sobre literatura (2000-2005), um panorama crítico do melhor da literatura mundial

Ao conceder o Nobel de Literatura a J. M. Coetzee, em 2003, a Academia Sueca elogiou “a composição habilidosa, os diálogos férteis e o brilho analítico” dos romances do escritor sul-africano. Esse rigor que o autor, que completou 80 anos em 2020, aplica a sua obra ficcional está presente em seus ensaios sobre literatura. Neles, o romancista e professor universitário recorre a dados biográficos, correspondências e parentescos literários como instrumentos de análise.

Lançado simultaneamente a Mecanismos internos – Textos sobre literatura (2000-2005), que contém artigos publicados entre os anos 2000 e 2005, Ensaios recentes reúne sua produção crítica escrita entre 2006 e 2017. Nos 23 textos, destacam-se artigos iluminadores sobre obras que poderiam ser consideradas exauridas de tão célebres, como Madame Bovary, de Gustave Flaubert, A morte de Ivan Ilitch, de Liev Tolstói, e Os sofrimentos do jovem Werther, de J. W. Goethe, ou a obra de escritores de épocas mais remotas, como Daniel Defoe.

Neste segundo volume, Coetzee amplia a análise sobre autores que abordou no primeiro, como Robert Walser, Philip Roth e Samuel Beckett. Do último, que foi objeto da pesquisa de doutorado de Coetzee, o volume traz quatro ensaios, dedicados a seus romances. Outro autor estudado pelo escritor no início da carreira e retomado neste livro é Ford Madox Ford, tema de sua dissertação de mestrado no Reino Unido. A seleção conta ainda com um belo ensaio sobre Zama, do argentino Antonio Di Benedetto, traz textos sobre os australianos Patrick White e Les Murray, além de um artigo sobre o interessante diário de Hendrik Witbooi, chefe de um dos grupos Khoisan, povos originários da Namíbia, no qual comenta o processo da ocupação europeia pelo interior do continente africano e seu projeto de genocídio.

Sobre a edição

As capas dos dois volumes (Mecanismos internos e Ensaios recentes), baseadas em composições tipográficas, são de autoria do Estúdio Campo. Os livros saem pelo selo Ilimitada, cujo projeto gráfico é do Bloco Gráfico. A tradução é de Sergio Flaksman e os textos de apresentação são do jornalista Márcio Ferrari. Ambos os volumes trazem índices remissivos com a relação dos autores e obras citados.

Autor(a)

John Maxwell Coetzee – que substituiria o nome do meio por Michael em sua assinatura literária – nasceu em 1940 na Cidade do Cabo, África do Sul, em uma família descendente de bôeres, holandeses que chegaram ao país no século XVII e deram origem ao idioma dos brancos no país, o africâner. O regime de segregação racial foi tema de seus primeiros romances e está, de uma forma ou de outra, inscrito em toda a sua obra.

O pai de Coetzee era funcionário público e a mãe, professora. Em casa era falado o inglês, mas usava-se o africâner externamente. Coetzee, que adotaria o inglês como língua literária, passou a maior parte da infância na Cidade do Cabo. Depois de um período no Reino Unido, onde trabalhou como programador de computadores na IBM, Coetzee mudou-se para os Estados Unidos para dar aulas de literatura em universidades. Publicou em 1974 seu primeiro livro, Terras de sombras, e teve o nome projetado internacionalmente com a distopia À espera dos bárbaros, de 1980. O escritor foi o primeiro a ter duas obras reconhecidas com o prestigioso Booker Prize. Recebeu o primeiro em 1983, pelo livro Vida e época de Michael K., uma alegoria do apartheid; e o segundo, em 1999, por Desonra, que se tornou o romance mais conhecido, e lhe rendeu também uma avalanche de críticas. No enredo, a filha do narrador, branca, é estuprada por um grupo de negros. Aclamado no exterior, o livro foi mal recebido na África do Sul, acusado por não contribuir para a pacificação entre brancos e negros depois do fim do apartheid.

Depois dessa repercussão, Coetzee mudou-se para a Austrália, onde se naturalizou em 2006. Os romances mais recentes do autor pertencem a duas trilogias, a autobiográfica Cenas da vida na província (Infância, Juventude e Verão) e a série distópica composta por A infância de Jesus, A vida escolar de Jesus e A morte de Jesus.

Ficha Técnica

Informação Adicional

PDF primeiras páginas Clique aqui para visualizar
Dimensão (cm) 13,6 x 21,6 x 2,5
Peso (g) 478
Ano de Publicação 2020
Número de Páginas 352
Encadernação e Acabamento Capa dura com impressão sobre papel Colorplus Roma
ISBN 978-65-86398-13-7
Escritor(a) J. M. Coetzee
Tradutor(a) Sérgio Flaksman
Ensaísta(s) Marcio Ferrari
Designer Estúdio Campo
Ilustrador(a)
Idioma Original Inglês
tradutor ensaio

Saiu na Imprensa

"O que o crítico faz nesses textos é fagocitar cada autor no que a literatura pode lhe dizer de si própria. Ler seus ensaios é visitar a melhor literatura mundial tendo como cicerone um profundo conhecedor do romance contemporâneo. Mas não se trata de hagiografia: Coetzee é implacável, apontando 'defeitos' até em obras de autores aclamados."
William Vieira, Revista 451, 01/2021

"Para os fãs, os lançamentos beiram o imperdível. Ao discorrer sobre seus colegas, o autor de 'Desonra' lança sobre a literatura seu olhar peculiar —clínico, mortalmente sério, absurdamente inteligente, um tanto frio— e produz uma fartura de fósforos com os quais iluminar sua própria obra."
Sérgio Rodrigues, Folha de S.Paulo, 31/01/2021

"Mesmo quando examina obras cujo estatuto ainda está por ser definido, Coetzee as interroga como se interroga um clássico. É nesse permanente questionamento que a cultura se conserva viva."
Jerônimo Teixeira, Estadão, 20/02/2021

"Esse impulso de transformação da perspectiva diante de um texto literário se encontra em todos os ensaios de Coetzee, com graus variados de intensidade. Trata-se, sem dúvida, de um dos ingredientes fundamentais da relevância de Coetzee e de sua posição intelectual na atualidade: deslocar a zona de conforto estética de seus contemporâneos — e daqueles que ainda virão."
Kelvin Falcão Klein, O Globo, 16/01/2021



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